terça-feira, 17 de maio de 2011

Vida de Cinema

Numa rápida visita a uma de minhas redes sociais, me deparei com esse pequeno texto em uma comunidade. Texto este tão cheio de verdade, que não pude reprimir um comentário.

“Posso te garantir que o verão solitário me deixou mais mulher, mais leve e mais bronzeada. E que, depois de sofrer muito querendo uma pessoa perfeita e uma vida de cinema, eu só quero ser feliz de um jeito simples. Hoje o céu ficou nublado, mas depois abriu o maior sol.”

Já imaginou encontrar uma pessoa livre de defeitos? Paremos pra pensar: Tudo certo, na hora certa. A surpresa perderia sua essência, pois seria sempre esperada. As brigas não mais existiriam (o que de certo ângulo, seria bom), mas conseqüentemente também não mais haveria reconciliações. EXTREMAMENTE SEM GRAÇA! É alguém que não tem nada a lhe acrescentar. Tudo será sempre igual. Você não cresce, estagna. Relacionamento é aprendizado; é crescimento mútuo; é convivência com outro ser humano, dono de defeitos e manias com as quais você precisa saber lidar. E essa é a graça!

Vida de cinema? Balela! Temos responsabilidades. Dinheiro não surge do nada e também não é infinito; ganhar na loteria é quase impossível; e herdar uma imensa quantia em dinheiro é raríssimo. O ‘amor’ de filmes hollywoodianos – na realidade, a paixão – também não é pra sempre. Sem dizer que o amor real precisa ser cultivado a cada dia. Possui altos e baixos. É como uma sementinha que necessita ser regada e cuidada diariamente. Nada é pra sempre sem luta.

Porém, apesar de conhecermos essas verdades, insistimos em procurar a pessoa idealizada e a vida perfeita com ela. E, novamente, tropeçamos e caímos.

Defendo a teoria da busca não pela pessoa perfeita, mas pela pessoa ‘perfeita pra você’, aquela por quem você faz até o impossível pra dar certo, mesmo que, assim como você, ela tenha terríveis e insuportáveis defeitos, pois é com ela que você quer construir um futuro.

Acredito, então, ser esse o jeito simples de ser feliz: alguém que eu ame verdadeiramente a ponto de aceitá-lo do jeito que é, sem muitas mudanças; uma casa por arrumar pela correria das crianças a brincar; rodeada dos amigos verdadeiros; um emprego que eu adore, mesmo que deteste o chefe... Essa é minha visão de vida perfeita, ainda que nem tão perfeita assim.

Quantas vezes não ‘quebramos a cara’ ao perceber que a vida não é esse conto de fadas com o qual fomos ludibriados na infância? E que pessoas perfeitas não existem e vidas como as de cinema são apenas Estórias? O mundo ao nosso redor parece, muitas vezes, desmoronar. E a sensação que temos é a de que levaremos séculos para reconstruí-lo. Outra mentira.

Nada é mais cheio de aprendizado que os erros, as quedas. Fazem parte da vida, infelizmente. Não é fácil, exige esforço, realmente. Leva tempo, fato. O segredo é tirar proveito dos ‘verões solitários’. É, em grande parte, através desses erros que aprendemos a lidar com as adversidades; que aperfeiçoamos nosso caráter; e que crescemos como seres humanos, nos tornando pessoas melhores.

Tempestades são normais, cabe a nós apressar a vinda do próximo dia de sol.

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