domingo, 20 de março de 2011

Despedidas

Esse post é dedicado a todos os meus amigos e familiares que moram fora de Belém, em cidades do Pará ou em outros estados. Não vou citá-los um por um porque são muitos e posso acabar esquecendo alguém enquanto escrevo. Além destes, dedico o post também aos que estão de malas prontas pra se mudar, independente de quanto tempo passarem fora. Sintam-se todos citados aqui.

Uma vez, minha melhor amiga me contou uma história (com ‘h’ porque é verdade): no início, quando somos novinhos, nosso coração é lindo, bem perfeitinho. Cada pessoa que conhecemos tira para si um pedacinho do nosso coração e nos dá um pedacinho do seu para substituir. E quanto às pessoas que nos decepcionam, nos entristecem ou nos deixam? Bom, elas também tiram um pedaço e cabe a nós cicatrizá-los deixando como está ou preenchendo-o novamente.

Acontece que esses pedacinhos que recebemos nunca são do mesmo tamanho e do mesmo formato que o que nos foi tirado, então nosso coração vai ficando cheio de buraquinhos e de pedaços diferentes, alguns maiores e outros menores. Mas não é por não ter mais a mesma forma de antes que ele se torna feio; pelo contrário, ele se torna mais belo ainda.

É a forma de mostrarmos como nos doamos à quem amamos. Quando formos velhinhos, vamos poder olhar pro nosso coração e relembrar cada alegria, cada paixão, cada tristeza, cada decepção, e dizer “Se pudesse voltar no tempo, teria feito tudo novamente, da mesma forma que fiz. Valeu a pena!”

Pergunta: Mas porque você está contando isso? Resposta: Quer uma característica minha? Me apego muito às pessoas, terrivelmente difícil é pra mim deixá-las ir. Mais difícil ainda é quando elas já estão na minha vida há tempos!

Meus amigos são quase tão importantes quanto minha família, pra não dizer que estão no mesmo nível – alguns até estão. Faço muita coisa por eles, ajudo de todas as formas possíveis (e até busco soluções impossíveis). Chamo de fidelidade: sou fiel às pessoas que amo. Isso é fato.

Meus amigos, vê-los partindo é muito triste! Lembro de tantos momentos que passamos juntos!!

Quando éramos crianças, as brincadeiras na frente da igreja enquanto nossos pais conversavam, as briguinhas, uma perna quebrada em uma partida de “separação”, os passeios que até hoje perduram, apesar da distância... As aulas que assistimos juntas no cursinho, as conversas malucas que faziam o professor chamar nossa atenção na frente de todo mundo, os segredos, as discussões, os comentários, os meninos belíssimos que admirávamos, os almoços... As conversas de MSN e telefone, os retiros que participamos juntos, os aniversários, as promessas de visitas (que ainda estou devendo)...

Sinto uma vontade imensa de chorar agora! Uma vontade maior ainda de abraçá-los, de arranjar uma forma de trazê-los de volta ou de não deixá-los ir... Mas sei que é por um motivo maior; algo que será pro bem de vocês; vai fazê-los feliz. E esse é o único motivo pelo qual eu me abstenho de segurá-los aqui e de pedir que fiquem.

Ir embora é natural na vida – até eu espero fazer isso um dia. Mas nem por isso se torna uma coisa totalmente boa...

Prometo não esquecê-los; lembrarei sempre dos momentos que passamos juntos. Espero ansiosamente o dia de sua volta ou, no mínimo, os dias que virão me visitar. Mandem notícias. Sinto suas faltas. Amo vocês!!

4 comentários:

  1. "Quando éramos crianças, as brincadeiras na frente da igreja enquanto nossos pais conversavam, as briguinhas, uma perna quebrada em uma partida de “separação”..." =')

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  2. quase chorei aqui... "deixar" pessoas realmente é sempre muito difícil, sei o que é um pouco por já estive no "quase" ir embora. "As aulas que assistimos juntas no cursinho, as conversas malucas que faziam o professor chamar nossa atenção na frente de todo mundo, os segredos, as discussões, os comentários, os meninos belíssimos que admirávamos, os almoços..." e disso eu sinto falta todos os dias, alguns mais. Foram excelentes momentos, mas sei que quando preciso tem o telefone, msn, orkut, facebook, twitter, ou o melhor, porém mais difícil de ocorrer, devido os horários incompatíveis, mas no final sempre damos um jeito. Resumindo amigos, são realmente pessoas especiais que fazem parte da sua vida e que sempre terão um lugar especial nela.

    Marcela

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  3. Que bela declaração, minha xará! Fiquei bastante contente que comentaste no Camila, e vim ver teu blog também. Acho que aos poucos, a gente aprende a preencher direitinho e com quem deve, nosso coração - que é vital, importantíssimo.
    Beijoca!

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  4. As despedidas por mais que repetidamente aconteçam, elas nunca deixarão de ser doloridas. Sempre trazem um aperto aqui no peito. Há aquelas despedidas que muitas vezes sabemos que demorará para acontecer um reencontro (ou quem sabe, nunca mais..), mas o fato é: Quando temos a oportunidade de reencontrar as pesssoas a quem tanto amamos, toda a dorzinha da saudade passa, nem que seja momentâneo.

    bjs, mila.
    Um abraço apertado cheio de saudade.

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